Empresas em tempo de corona

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No dia 25 de fevereiro de 2020 as autoridades brasileiras confirmavam o primeiro caso do novo coronavírus no país. Com esse evento passamos a ser o primeiro país da América Latina com um caso confirmado. Em 18 de março, vinte e três dias após o primeiro caso, fontes oficiais relatam mais de trezentos confirmados, evidenciando um crescimento exponencial.

Não se trata de uma questão localizada. É uma condição que se apresenta para todos, independentemente de raça, condição social e religião. Todos têm a responsabilidade de se adequarem a um novo padrão orientado pelas recomendações das autoridades de saúde, e colaborar de forma efetiva para a contenção desse vírus.

Segundo o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, “nenhum sistema de saúde está 100% preparado para atendimentos em larga escala diante do avanço do novo coronavírus”. Ainda segundo Mandetta, “o Brasil deve enfrentar o pico do novo coronavírus entre 60 e 90 dias”. A estimativa é que os números de casos sejam elevados entre os meses de abril e junho e passem a atingir a estabilidade a partir de julho de 2020.

Na última terça feira –  17 de março, o governo federal informou que solicitará ao congresso o reconhecimento do estado de calamidade pública, devido à “necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”. No caso da União, o mecanismo dispensa o governo federal de obedecer o limite de déficit (diferença entre receita e despesa) previsto em lei para este ano, de R$ 124,1 bilhões.

E a economia no mercado comum, como fica?

As expectativas não são boas. Queda das Bolsas em todo o mundo, paralisação dos negócios, etc. No Brasil o dólar ultrapassou os R$5,00. É esperada uma redução drástica da atividade econômica, principalmente nos setores de comércio e serviços. Entre os segmentos mais prejudicados no Brasil, estão os eventos, turismo, entretenimento e gastronomia. No setor de aviação a crise é séria. Essas empresas já vêm adotando estratégias para redução de custos, e necessitarão ajuda do governo para sobreviver.

O governo federal anunciou a liberação de bilhões de reais para incentivar a economia e socorrer empresas impactadas. O maior volume liberado será para capital de giro. É um dinheiro para a empresa subsistir, pagar funcionários e fornecedores e manter um estoque reduzido. O empresário, contudo, não pode depender deste socorro, deve agir com criatividade e foco em inovação; minimizando os efeitos da crise. Talvez seja necessário que os empreendedores deixem para o próximo ano os investimentos em projetos convencionais e assumirem uma filosofia mais conservadora, priorizando aquilo que seja imprescindível.

O Governo não deseja que as empresas quebrem por falta de demanda. Além dos  tributos que deixarão de serem recolhidos aos cofres públicos, existirá um prejuízo social, gerando alguns milhares de desempregados. Ainda assim, várias empresas não suportarão a crise, restando então, usufruir da legislação disponível, lei 11.101/2005, que possibilita, através de instrumentos legais a recuperação das empresas de acordo com suas possibilidades e condições estabelecidas previamente em consonância com seus credores.

Em relação aos projetos, os efeitos da crise produzida pelo Covid-19 devem ser avaliados, pois estenderão prazos de contratos, provocarão desmobilizações e novas mobilizações, e rupturas de vários negócios. Nesse caso, reequilíbrios podem ser necessários.

Seja no âmbito de projetos, ou mesmo no da empresa, medidas existem e se tomadas a tempo podem ser fundamentais para o futuro do negócio.

Autor:

Afonso Soares, consultor em projetos de Governança, Riscos e Compliance na Hormigon HECT Consultoria, Engenheiro e Gestor Educacional. Com mais de 30 anos de experiência na área educacional.

afonso.soares@hormigon.com.br

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